Tuesday 29 September 2009

Se não gostam de cá, fiquem por lá, que nós não nos importamos!

Não vivo no centro de uma grande cidade, mas também não vivo numa pequena aldeia. Aqui somos à volta de 3.000 habitantes, mais coisa menos coisa.

Adoro viver aqui porque estou pertinho da cidade, estou perto de tudo o que é necessário, tenho tudo o que qualquer pessoa ali ao lado na cidade tem, mas com a diferença de que aqui não tenho aquele rebuliço próprio da cidade. Aqui é calmo e tranquilo viver, é muito verde e bonito. Aqui é o que eu chamo qualidade de vida.

Nas férias isto povoa-se com montes de gente que vem do estrangeiro passar férias, ou de Lisboa para onde foram trabalhar e fizeram família. Quando chegam, principalmente os mais novos, farto-me de os ouvir dizer comentários depreciativos. Chamam-lhe de "santa terrinha". O que é isso afinal? Os santos estão no céu, quererá dizer que aqui é o paraíso?

Acho um piadão como é que as pessoas vivem encaixotadas, com medo de sair à rua, onde demoram 2h a fazer os mesmos quilómetros que eu aqui faço em 20 minutos, onde as paisagens são constituídas por arranha céus, onde pagam o dobro pelos serviços que também temos aqui, e depois chegam cá e pensam que são os maiores porque vieram da cidade.

Para esses eu tenho uma palavrinha: tenho pena!
Tenho pena de não poderem acordar todos os dias a ouvir passarinhos como eu. (vá que às vezes piam tão alto, que apetecia-me apedrejá-los, mas pronto, antes isso que buzinadelas!)
Tenho pena de não poderem viver numa casa com jardim, onde há lugar para árvores de fruto e hortaliças, ou piscina.
Tenho pena de não terem um rio de água límpida a meia dúzia de kms.
Tenho pena de quando abrem a janela, verem a janela de outros, em vez de verem uma paisagem verde.
Tenho pena de não poderem andar na rua à vontade a qualquer hora do dia ou da noite sem medo de serem assaltados, ou que vos roubem um rim.
Tenho pena de terem de pagar duas vezes mais por qualquer taxa como é o lixo ou a água.
Tenho pena de não terem a tranquilidade que se vive aqui.
E sobretudo tenho pena de pensarem que têm pena de nós, quando nós é que temos pena deles!

31 comments:

Suspiro said...

Tens sorte, sim tb acho que isso é qualidade de vida! Mas sabes eu dou por mim a não querer trocar o reboliço da grande cidade! Fui habituada aqui, cresci aqui,e para mim é um tormento ter de ir á "terrinha" nem que seja um fim de semana! Beijocas

Artemisa said...

És tu e eu... Moro pertinho da cidade, tenho tudo aqui à mão :-p Mas aqui onde vivo tenho uma tranquilidade impagável... E o céu estrelado à noite? Nunca vi um assim em mais lado nenhum :-)

Bjx

Bailarina said...

Eu também tenho pena dessa gente!! Eles não sabem o que é bom... E é só, dor de cotovelo... Mal têm um tempinho, vem logo a correr para a santa terrinha... Porque será?!
Bjinho*

Just Being Me said...

Por acaso cada vez penso mais nos privilégios de se viver fora da cidade. Ando fartinha de trânsito. Por isso não comprei casa na cidade mas sim numa periferia calma mas muito perto de Lisboa. Um bairro sem prédios, só com casinhas novas e muito perto de todos os acessoa a Lisboa. Mesmo assim há smp invejosos que criticam. E eu ralada! lol

Lia said...

isso é qualidade de vida. Eu, pessoalmente, não aguento mais do que uma semana na "santa terrinha" dos meus pais, mas só porque aquilo é no meio do alentejo, sem nada de jeito à volta. Só para te dar um exemplo, para pôr gasolina temos que fazer meia hora de carro... Mas estagiei numa vila no interior algarvio e adorei, não me importava nada de ter vivido lá, a paz daquela terra dava uma sensação de segurança!

Yoga Girl said...

Acho que as pessoas já têm isso na boca... Se calhar não o sentem...
Gostam de voltar ao seu país para passar férias ver as mudanças e ver os familiares e amigos... aquilo é só para disfarçar...

34 said...

Com toda a razão!
Sem dúvida que viver ao lado da cidade é a melhor opção, muito melhor, não é necessário ser ao lado mesmo, nem que ainda tenham mais duas aldeias entre a cidade e a nossa casa na aldeia, vive-se muito melhor. beijo

Me said...

Eu tenho muito pena mas é de não poder ter a qualidade de vida que tu tens!

Anjo De Cor said...

Corcordo plenamente parece que tem um problema qualquer de identidade e limitam-se a criticar, mais valia nem aparecer...
Bjs ;)

Su m said...

Olha e eu também tenho pena de não ter essa qualidade vida. E se antes também dizia que não trocava a cidade pela calmaria, hoje em dia penso o oposto.
Quem me dera poder viver rodeada de paz e verde e natureza. E é por isso que dou tanto valor agora às férias.

Beijinhos

Anonymous said...

Cada um defende e e enaltece com unhas e dentes o sitio onde nasceu e onde vive.
E apesar de todas as razões que fazem da tua terra uma vantagem para viver, jamais trocaria a cidade.. Lisboa é silenciosa à noite :))

Madalena said...

Olha eu tenho pena é de não viver aí :P

@me@@@ said...

eu que vivo numa grande cidade (Capital) compreendo perfeitamente o que dizes... acho completamente despropositado a comparação que determinadas pessoas passam a vida a fazer entre as suas vidas e as dos outros, como se fossem melhores... enfim!!! cada um feliz à sua maneira e mais nada!

Indecisa said...

Penso exactamente como tu. Não sinto pena, mas fico triste pelas pessoas que nao sabem dar valor, mas sim, so criticar.

bjinhooooo

ADEK said...

Eu tenho Lisboa durante a semana (como não me enfio no trânsito e só ando 2 estações de metro por dia, até considero uma qualidade de vida considerável por estes lados e a "santa terrinha" ao fim de semana, para onde estou sempre mortinha por ir:D (Deve ser santa porque se sente mesmo algo de holístico ao regressar:P não sei! XD)

Galo said...

Eu vim para Lisboa com 11 anos e, apesar de não ter nada na minha terra-natal, logo que pude comprei casa numa aldeia.
Não moro exactamente na cidade e actualmente até moro num local com pouco trânsito, a 5 minutos de Lisboa, mas morei 22 anos num prédio onde nem à varanda podia ir, e o ruído era tal que dormia de tampões nos ouvidos.
Na aldeia onde tenho a minha casa velha e minúscula, para os fins-de-semana (fica a 35 Km de Lisboa), durante o dia conseguimos ouvir as moscas e à noite ouvimos o latejar do sangue nas veias da cabeça.
Conheço bem essa atitude e a gente de que falas, só não consigo é ter pena deles. Esses é que são os verdadeiros "pacóvios". Sabem lá eles o que é o canto de um passarinho (só se for de gaiola).
Hoje em dia já há de tudo em todo o lado, sem ser preciso viver neste inferno de carros e pessoas.

Goza bem o canto dos passarinhos e que se lixem os pacóvios veraneantes.
Eles dizem mal mas o certo é que regressam todos os anos, nem que seja para lixarem tudo com barulho e poluição (porque esta gente deita tudo para o chão).
Para um citadino, o campo é muito bom porque há muito espaço para deitar o lixo pela janela do carro.
Cretinos!

Beijinho.

Anonymous said...

isso é mera frustração deles...pq no fundo os emigrantes gostavam de nunca ter saído de cá!

eu vivo nim sítio parecido com o teu :) tb ouço mtos passarinhos às xs até me irritam...

Anonymous said...

Vc tem uma sorte....de viver em um lugar assim, se eu quero acordar com canto de passarinhos eu preciso viajar 750 Km e ir para a fazenda...

Unhas de princesa said...

Também não trocava a minha "santa" terrinha por uma grande cidade!
Tenho paz e sossego, paisagem verde, jardins, rio, chilrear dos pássaros... e no entanto estou pertinho de tudo!
Quem não gostar, temos pena!
Beijoca*

Brinquinho da cantareira said...

Isso é qualidade de vida:):):):):)

Granda olho que tu tens (dourado ), claro:)

M. said...

Como te compreendo, tb vivo assim e adoro, é das melhores coisas que se pode ter!!

Bjoo*

bridget jones said...

Pois pois eles tem e dor de corno tb não moro no centro de uma cidade arredores e adoro nao é tanto movimento durante a semana e mais movimentado por causa dos restaurantes mas ao fim de semana é um sossego .
putos novos sabem lá o que é qualidade de vida .
Uma vez vi uma reporatgem que falava sobre as crianças que pensavam que os frangos cresciam dentro das covetes lol

beijo e bigado

Brown Eyes said...

Sei o que é viver no campo, é a qualidade máxima de vida. O pessoal da cidade não sabe da valor. Pensam eles que viver na cidade lhes dá status. Enfim...

Lizzy said...

Acho que, como em tudo na vida, existem os prós e os contras em todas as questões. Eu vivo numa vila e gosto. Contudo já morei numa grande cidade (temporariamente) e adorei. Confesso que às vezes até tenho saudades. Mas penso que para a boa saúde da alma é melhor viver junto do chilrear dos passarinhos...

Daniela said...

Ai que grande verdade! Eu quando vou à terra dos meus avós fico logo com um ar melhor, porque sinto-me bem, sinto-me livre :D

Alice in Neverland said...

vivo a 10/15 minutos da cidade. e consigo tomar o pequeno-almoço a ouvir as discussões das ovelhas (elas discutem, é verídico!) dos campos atrás do prédio.

Cat said...

Tens muita sorte, sim. Eu vim de uma terrinha (mais ou menos com esse numero de habitantes) para Lisboa, para a faculdade. Quando estava lá, só queria vir embora, que isto é uma porcaria, não se passa cá nada. Agora...mudou tudo. Dou tanto valor a estar lá, não há praticamente fim-de-semana nenhum que fique em Lisboa (a não ser que tenha planos). Adoro chegar lá e ver logo amigos meus, adoro sair à rua e conhecer todas as pessoas, adoro que os prédios mais altos sejam p/aí de três andares, adoro o cheiro a terra e a flores e a rio (sim, eu tenho rio :D)

Adorei o post :)

Maria said...

Eu cá acho que o sossego paga tudo. E não ter de apanhar trânsito para nada.. Isso sim, é qualidade de vida..

beijinho.

Tixa said...

ui.. nem me digas nada!! e quando dizem: Vou à terra ou aldeia! passo-me !


* beijocas

Green said...

Não podia estar mais de acordo contigo. Sou uma rapariga do campo, e tenho muito orgulho nisso. Cresci rodeada de campos de cultivo, pomares, galinhas, vacas, porcos, coelhos, ovelhas, cabras, patos, e sinto-me muito mais culta, do que os meninos da cidade, que nem sabem de onde vêm os ovos, ou até de onde vem o leite.

Unknown said...

Amei este post! Não mudava nem uma virgula! És de onde mesmo? É que eu sou da Ilha Terceira /Açores e sinto o mesmo quendo gente "de fora" vem cá meter o bedelho lol